Mãe Divina

Deus manifesta-se no Universo como Pai e como Mãe ao mesmo tempo. Como Pai, Deus é todo Sabedoria, Misericórdia, Força, Inteligência, Poder, Criador etc. E como Mãe, Deus é Amor, Luz, Sensibilidade, Sacrifício, Santidade, Castidade etc.

A Mãe é aquela que gera, cuida, educa, é amorosa, carinhosa, e está ao lado de sua cria em todos os momentos da vida. Acompanha o processo de gestação, nascimento, crescimento, desenvolvimento educacional da criança, sua velhice e também sua morte – tendo em conta se o filho morre primeiro. Compartilha das dores de sua prole. A Mãe está sempre disposta aos cuidados dos filhos todo o tempo. É capaz de se sacrificar pela sobrevivência de sua criação. Pois bem, aquela que é nossa mãe física, biológica, é a viva representação de Nossa Senhora, a Rainha do Cosmo.

O V. M. Samael Aun Weor nos diz que uma religião sem a presença feminina é incompleta e está fadada ao fracasso.

Os meses de maio, novembro e outras datas são especiais para os devotos da Mãe Divina, não só no Ocidente cristão, mas no vasto Oriente (hindu, budista, xintoísta etc.). Essas datas são consagradas ao aspecto materno e amoroso de Deus, chamado também de Nossa Senhora, Mãe Divina Cósmica, Virgem Mãe, que está representada em todas as divindades femininas de todas as tradições religiosas do mundo.

Diferentes culturas do passado também renderam culto ao aspecto feminino de Deus, como os Astecas que adoravam a deusa Tonantzin, no Egito a Ísis, entre os Gregos a deusa Ártemis ou Diana como era conhecida pelos Romanos. Não há dúvida alguma de que no cristianismo esotérico jamais deixou de adorar a Divina Mãe Kundalini; obviamente é Marah, ou Maria.

O que não especificam nas religiões ortodoxas, pelo menos no que corresponde ao círculo exotérico, ou público, é o aspecto de Ísis em sua forma individual ou humana. Ostensivelmente, só em secreto se ensinou aos iniciados que a Divina Mãe existe individualmente dentro de cada ser humano.

Há tantas Mães no céu quantas criaturas existentes sobre a face da terra.

A Mãe da Nossa Alma tem como uma de suas várias missões a de nos limpar psicologicamente. Ela tem o poder capaz de desintegrar qualquer agregado psíquico subjetivo, inumano. Devemos adorar a Mãe Kundalini. No entanto, o defeito psicológico não é eliminado de uma vez, pois é um processo lento alcançado a cada instante.

Para Ela atuar dentro de nós é necessário que estejamos em auto-observação, atentos ao nosso interior, e ao identificar um Ego, Agregado, Defeito Psicológico devemos lhe pedir, mesmo sendo um defeito já identificado em outrora:

Mãe Divina destrua este defeito, desintegra-o.

O modo com o qual nos dirigimos às nossas Divindades é algo totalmente pessoal, o importante é fazer com convicção, fé, crendo fervorosamente. Jamais alimente as dúvidas de que suas súplicas não surtem efeito, pois isto também é um defeito.

Assim como Samael, todos os grandes iluminados de todos os tempos sempre tiveram adoração e reverência profunda ao Aspecto Materno e Amoroso de Deus ou, simplesmente, à Mãe Divina. Dante Alighieri, Beethoven, Goethe, Sivananda, Ramakrishna e muitos mestres mais adoraram à Deusa-Mãe.

O Hino à Virgem
(A Divina Comédia, Paraíso, canto XXXIII, vv. 1-21)
Dante AlighieriOutra Versão  :)
VIRGEM Mãe, por teu Filho procriada,
Humilde sup'rior à criatura,
Por conselho eternal predestinada!

Por ti se enobreceu tanto a natura
Humana, que o Senhor não desdenhou-se
De se fazer de quem criou, feitura.

No seio teu o amor aviventou-se,
E ao seu ardor, na paz da eternidade,
O germe desta flor assim formou-se.

Meridiana Luz da Caridade
És no céu! Viva fonte de esperança
Na terra és para a fraca humanidade!

Há tal grandeza em ti, há tal pujança,
Que quer sem asas voe o seu anelo
Quem graça aspira em ti sem confiança.

Ao mísero, que roga ao teu desvelo
Acode, e, às mais das vezes, por vontade
Livre, te praz sem súplica valê-lo.

Em ti misericórdia, em ti piedade,
Em ti magnificência, em ti se aduna
Na criatura o que haja de bondade.
Virgem Mãe, Filha de teu Filho,
humilde e melhor que a criatura,
predestinada a conselheira eterna!

Vós enobreceu tanto a natureza
humana, que teu Senhor não desdenhou
em se converter em sua própria obra.

Em teu seio reviveu o amor,
cujo calor fez germinar
a flor na paz da eternidade.

És no céu a meridiana Luz da Caridade!
És na terra, a viva fonte de esperança
para a fraca humanidade!

Há tal grandeza em ti, há tal poder,
que quem aspira graça sem confiar em ti
quer que seu desejo voe sem asas.

Ao mísero, que implora a tua dedicação
auxilia, e na maioria das vezes, por vontade
própria, te contenta sem súplica atendê-lo.

Em ti misericórdia, em ti piedade,
Em ti magnificência, em ti convoca
na criatura o que há de melhor.