A leitura de um texto gnóstico deve ser tal como se estuda a Bíblia, não devemos passar ao versículo seguinte sem haver compreendido integralmente o versículo anterior.
Ao receber uma informação não devemos aceita-la imediatamente ou refuta-la imediatamente. Devemos meditar, refletir, compreender, para depois aceita-la ou recusa-la.
Devemos ler pouco e praticar muito o pouco que foi lido, para configurarmos o verdadeiro saber gnóstico.
“O estudante procura aqui e ali, lê e relê todo livro de ocultismo e magia que cai em suas mãos, mas o que consegue o pobre aspirante é só encher-se de terríveis dúvidas e confusões intelectuais. Existem milhões de teorias e milhares de autores. Uns repetem idéias de outros, aqueles refutam a estes, todos contra um, um contra todos. Os colegas se ironizam e se combatem mutuamente, uns contra outros e todos realmente contra todos. Alguns autores aconselham o devoto a ser vegetariano, outros lhe dizem que não seja. Uns aconselham a praticar exercícios respiratórios, outros dizem para não praticá-los. O resultado é espantoso para o pobre buscador. Não sabe o que fazer. Quer luz, suplica, clama, e nada, absolutamente nada.” (Samael Aun Weor: O Matrimônio Perfeito)
Sem orgulho de nenhuma espécie, devemos asseverar que os estudos gnósticos constituem um bálsamo para o insaciável buscador da luz entre tantas trevas. A Gnose oferece as chaves e os procedimentos para que você experimente, por si mesmo e de forma científica, cada um dos elementos que integram essa Sabedoria Universal.
O Dr. Pierre Weil, vice-presidente da Universidade Holística Internacional, principal mentor do movimento holístico no Brasil, estabeleceu a Holologia e a Holopraxis como fundamentos complementares da abordagem holística da realidade.
A Holologia consiste na teoria da experimentação do modelo holístico. É a via intelectual destinada a adquirir o saber, através da análise e do conhecimento racional.
A Holopráxis consiste num conjunto de métodos experienciais que conduzem à vivência holística. É responsável pelo desenvolvimento das funções psíquicas, tais como sentimento e intuição.
Realmente, informação intelectual não é vivência. Erudição não é experiência. O ensaio, a prova, a demonstração exclusivamente tridimensional não é unitotal, não é íntegra.
Existem, latentes em nosso interior, faculdades superiores à mente, independentes do intelecto, capazes de dar-nos conhecimento e experiência direta sobre qualquer fenômeno.
Devemos compreender que as opiniões, conceitos, teorias, hipóteses, não significam verificação, experimentação, consciência plena sobre tal ou qual fenômeno.
As teorias não servem para nada. Necessitamos ser práticos e conhecer por vivência própria o objetivo de nossa existência.
Com justa razão disse Goethe:
“Toda teoria é cinza, e só é verde a árvore de frutos dourados que é a vida”
“Toda teoria é cinza, e só é verde a árvore de frutos dourados que é a vida”
É Imprescindível saber que a prática é dependente da teoria e vice-versa, e que há uma relação de dependência direta entre elas. Isto quer dizer que cada teoria demanda uma prática e vice-versa. O desequilíbrio se dá pela não correlação entre teoria e prática. Quanto mais teorias obter, mais difícil se tornará a sua prática.
Com relação ao processo do despertar da consciência podemos classificar as práticas gnósticas em dois ramos principais: subjetivas e objetivas.
As práticas Subjetivas são aquelas que exercem um papel de auxilio às práticas objetivas.
As Objetivas são aquelas práticas que exercem o papel principal no processo do despertar da consciência.
As principais práticas Subjetivas são: mantralização, relaxamento, concentração, oração, koans, exercícios fólicos, sublimação sexual, ioga dos sonhos, ioga do rejuvenescimento, etc.
As principais práticas Objetivas são: auto-observação, morte do ego, transmutação sexual e a meditação.
A situação de nossa mônada é que define o tipo de pratica que iremos preferir. Se a mônada é do caminho reto, ela não irá perder tempo com práticas subjetivas. Se ela é do caminho espiral, ela terá predileção por práticas subjetivas.
“Não adianta limpar o chiqueiro, sem lavar o porco”V.M.Rabolú
Com as práticas subjetivas só conseguimos limpar o chiqueiro, fazemos práticas aplicando perfumes místicos, incensos, defumações, mantralizamos, a cabala, a numerologia, o tarô, etc., mas nosso ego permanecerá vivinho. Com as práticas objetivas é que iremos conseguir morrer para os pecados e nascer para as virtudes de fato.
O V.M. Samael nos deixou o mapa do caminho que devemos percorrer, mas cabe a nós percorrê-lo, e só é possível percorrê-lo com a prática.
Quando realmente estiver percorrendo o caminho de forma prática, então, nos mundos internos, receberás informações de lábios a ouvido.
Uma parte dessas informações será a respeito de seu caminho, muito particulares, destinadas às ações que deverá empreender nas suas próprias iniciações. Estas informações são confidenciais e não podem ser veiculadas a ninguém, sob a pena de perder a conexão com as nossas partículas internas do nosso Ser e entrar em uma noite cósmica. É por esse motivo que não devemos contar nossas experiências, sonhos, pra ninguém.
E a outra parte nos é dada para transmitir aos estudantes gnósticos pelo Terceiro Fator de Revolução da Consciência. Assim se passou com o V.M. Samael e com todos os outros mestres da bendita Loja Branca.
Nunca debata o conhecimento gnóstico e a compreensão, como se debate o conhecimento epistêmico nos meios convencionais. O conhecimento gnóstico e a sua compreensão se constituem em algo muito particular e individual em cada um de nós.
O conhecimento epistêmico ou escolar comum aceita debates, por se tratar de estruturas cognitivas formada a base de conceitos ao centro intelectual inferior do ente humano, isto é no subconsciente.
O conhecimento gnóstico não admite debate em torno dele, por se tratar de estruturas cognitivas configuradas no centro intelectual superior, na consciência.
Debater o conhecimento gnóstico e a compreensão é profanar a sabedoria. Pois existem infinitos níveis de ser, portanto infinitas compreensões. Além disto, é o ego que quer o debate, a discussão, o impasse, a contenda, o confronto de ideias, etc.
Uma pessoa de nível de ser inferior não compreende a outra do nível superior. Uma pessoa de nível de ser maior possui o dever de compreender as outras pessoas de níveis de ser menor.
Devemos ser humildes para receber o conhecimento e depois mais humildes ainda quando já o recebemos.